Dono da SAF do Botafogo, John Textor prestou depoimento durante a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que investiga possíveis manipulações de jogos no futebol brasileiro na segunda-feira, 22, no Senado, em Brasília. O dirigente apresentou documentos para defender que jogos dos últimos Campeonatos Brasileiros foram manipulados e chegou a chamar de “estúpida” uma pergunta feita pelo senador Romário, relator da CPI, sobre um suposto desejo de vender sua participação no clube carioca.
Após o depoimento, Textor se encontrou com o presidente da CPI, o senador Jorge Kajuru, e outros legisladores para compartilhar um relatório que, de acordo com ele, evidencia a manipulação de resultados no futebol brasileiro. Após aproximadamente uma hora de discussão, o político declarou que os sinais apresentados pelo proprietário do Botafogo serão objeto de investigação.
As investidas do americano começaram em novembro de 2023, Textor declarou que seu time foi prejudicado e exigiu que o presidente da CBF, Ednaldo Rodrigues, renunciasse. A reclamação ocorreu após o jogo em que o Botafogo foi derrotado pelo Palmeiras por 4 a 3, após estar em vantagem.
Após criticar publicamente a integridade do Campeonato Brasileiro, Textor foi alvo de um processo movido pelo presidente da confederação. Em seguida, ele reiterou suas alegações de corrupção no torneio, apresentando uma análise dos jogos como defesa contra denúncias do STJD.
Em março deste ano, o dono do Botafogo reafirmou suas acusações e afirmou possuir gravações de árbitros discutindo propinas não recebidas. Diante disso, o STJD iniciou uma investigação e exigiu que Textor enviasse evidências em três dias, mas sua defesa declarou que as provas seriam entregues apenas ao Ministério Público Federal.
Em outra ocasião, ele alegou ter provas de favorecimento ao Palmeiras por dois anos, inclusive mencionando, sem apresentar evidências, uma suposta manipulação em um jogo contra o São Paulo, onde o Palmeiras teria vencido por 5 a 0.
Confira os principais trechos do depoimento de John Textor
Sobre manipulação
“Sou dono de um clube, quero ganhar campeonatos e se eu puder provar, além de uma margem de dúvida, que 2022 foi manipulado, que 2023 foi manipulado, juntos de outras evidências de anormalidades, poderia fazer com que o Tribunal Desportivo, a polícia e esse corpo legislativo possam tomar ações. Não são erros na aplicação das regras, percebi que não era uma falha de interpretação. As regras para marcar impedimento, faltas, os jogos que assisti, que afetou o Botafogo indiretamente, tratei de enxergar por uma nova perspectiva.”





