CAXIAS DO SUL – Em 2014, o Juventude disputava a Série C do Campeonato Brasileiro e apostava em Roger Machado. À época, o ex-jogador, ídolo do Grêmio, recebia sua primeira oportunidade como técnico de futebol. Agora mais experiente, 10 anos depois, Roger está de volta a Caxias do Sul, com o “Machado afiado” para uma nova experiência: manter o Juve na Primeira Divisão do Brasileirão. O técnico da equipe jaconera conversou com exclusividade à PLACAR sobre o novo ciclo profissional que vive e desmembrou as camadas que formam o futebol brasileiro e sua evolução, da arbitragem às SAFs.
Após um ano e quatro meses, Roger Machado está de volta às atividades e, mais do que isso, de volta para casa. O técnico que completou 49 anos na última quinta, 25 de abril, viu o Juventude abrir novamente as portas do clube para que o pudesse iniciar um novo ciclo profissional: “Voltar sempre é bom… se reconectar com o passado e as origens”, diz.
O reencontro entre Juventude e Roger já rendeu, em 2024, um vice-campeonato gaúcho – com direito a eliminação do Inter no Beira-Rio. O foco, no entanto, está no Campeonato Brasileiro. Se há 10 anos o time de Caxias do Sul ainda lutava por uma vaga na Série B nacional, hoje a realidade é a elite. Para permanecer na Primeira Divisão, o jaconero tem a difícil missão de superar adversários financeiramente mais fortes para conseguir a manutenção e “quem sabe uma Sul-Americana”, sonha o técnico.
“Se a gente avaliar o campeonato apenas por aqueles que têm maior investimento, o campeonato não sairia da primeira rodada, o campeonato seria decidido por aqueles que gastaram mais”.
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Desde o último trabalho como técnico, ainda no Fluminense, Roger entende que o futebol evoluiu – como o surgimento das SAFs resultaram na exigência de um trabalho extracampo mais organizado e profissional, por exemplo. Com uma visão ampla, o gaúcho destaca como o novo cenário de investidores (a presença das SAFs) é bom para toda a cadeia do futebol nacional, para além dos desafios como o fator político dos clubes e até mesmo as polêmicas de arbitragem.
“O futebol e os clubes têm um componente político muito grande que, quando é arrastado para dentro do campo, atrapalha… É um trabalho de conscientização. Para que o futebol seja melhor, para que o nível da arbitragem seja melhor e o espetáculo também. Acho que tudo isso faz parte desse processo e ele vai acontecer na esteira da profissionalização de todas as cadeias do esporte. São questões que devem, naturalmente, se acomodar com os movimentos que estão sendo feitos”.






