Desde o anúncio da lista de convocados até a preparação para o jogo desta quinta-feira, 4, diante do Chile, no Maracanã, a rotina da seleção brasileira foi marcada pela presença de uma ausência: Neymar Júnior é o nome que ecoa nos corredores da CBF.

Entre falas desencontradas entre o veterano do Santos e o técnico Carlo Ancelotti, ficou claro que o maior artilheiro da história da Amarelinha não tem mais cadeira cativa no time que disputará a Copa de 2026. Depois de dizer que “não precisava mais provar nada para ninguém”, Neymar percebeu que terá de fazer por onde. “Fiquei fora por opção técnica mesmo, acho que não tem nada a ver de condição física. É a opinião do treinador e eu respeito”, resignou-se, depois.

O caso faz lembrar a derrocada de outro controvertido ídolo nacional. PLACAR cobriu em detalhes, com direito a três diferentes capas, o processo que tirou Romário do grupo que disputaria, e conquistaria, o pentacampeonato em 2002.

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Herói inconteste do tetra em 1994, Romário já havia ficado de fora das Olimpíadas de Atlanta-1996 e Sidney-2000 por não conseguir convencer os técnicos Zagallo e Luxemburgo, respectivamente, que merecia uma vaga, mesmo ainda atuando em altíssimo nível por Flamengo e Vasco. Também foi cortado da Copa de 1998 por uma lesão que ele considerava curável, e culpou uma suposta birra de Zagallo e do auxiliar Zico pela decepção. Ou seja, peitou outras lendas da bola, o que nunca é bom negócio.

Neste contexto, o camisa 11 recebeu novas chances dos sucessores Emerson Leão e Luiz Felipe Scolari, mas seguiu sua sina de marcar gols e, ainda assim, causar problemas internos e desagradar os chefes.

Justiça seja feita: Neymar teve muito menos atritos com treinadores na carreira. Ao contrário, é tratado com um “bom menino” por quase todos que o dirigiram, até mesmo por Dorival Júnior, demitido do Santos em 2010 por uma desavença com o então prodígio. Nos últimos meses, no entanto, entrou em divididas com Jorge Jesus, que o dispensou do Al-Hilal, e agora com Ancelotti. E o que mais se assemelha ao caso de Romário: foi perdendo apoio popular.