A notícia de que uma Copa do Mundo de veteranos será disputada na Inglaterra, em junho, encheu torcedores de entusiasmo. A presença confirmada de ídolos como Ronaldinho Gaúcho, Thierry Henry e tantos outros impulsionou o anúncio da organizadora, a Elite Players Group (EPG). A iniciativa, porém, não é inédita. No fim da década de 1980, o Brasil foi protagonista da criação de um Mundialito de Masters. Idealizado pelo narrador Luciano do Valle, o torneio foi batizado de Copa Pelé em sua edição inaugural, em 1987, e contou com a participação do Rei do Futebol em um clássico marcante no Pacaembu. PLACAR acompanhou esta e as outras cinco edições da competição de velhas lendas, e as rememora no blog #TBT PLACAR.
Com Pelé em campo, ovacionado pelo Pacaembu mais de uma década depois de sua aposentadoria, o Brasil passou fácil pela Itália por 3 a 0, com gols de Cuccureddo (contra), Rivellino, e Dadá Maravilha. Sem o Rei, a seleção empatou em 0 a 0 com o Uruguai Vila Belmiro, e na decisiva partida foi derrotada pela campeã Argentina por 3 a 1 no Pacaembu. A frustração diante dos hermanos não diminuiu o entusiasmo pelo campeonato, que seria disputado mais cinco vezes, em quatro países diferentes, com quatro títulos do Brasil (1989, 1990. 1991 e 1995) e um da Itália (1993).

Jairzinho na Copa Pelé, na capa da edição 868, de janeiro de 1987 – PLACAR
O idealizador da Copa Pelé foi o histórico locutor Luciano do Valle (1947-2014). O homem responsável por popularizar modalidades como vôlei, basquete, boxe e até sinuca na TV aberta, com seu Show do Esporte (Band), se juntou a outros empresários com o intuito de reviver a magia dos grandes craques. À PLACAR, Luciano contou de onde surgiu sua motivação.
“De um jeito até gozado. No começo de 1984, narrei um clássico no Morumbi. O jogo foi horrível – nem lembro os times ou o resultado. Depois da partida, fui jantar com o pessoal da Bandeirantes. O papo foi o baixo nível do futebol brasileiro. Daí começamos a lembrar o toque de bola e a genialidade de ídolos como Rivelino, Jairzinho, Edu, Gérson, e Pelé, é claro. Desse saudosismo surgiu a ideia de realizar uma homenagem àquela geração”, explicou Luciano, então com 40 anos.








