Renato Portaluppi, o mais carioca dos gaúchos, está prestes a ter seu retorno ao Fluminense como técnico oficializado. A relação entre as partes é intensa e marcada especialmente por um folclórico acontecimento. Há 30 anos, as Laranjeiras vibravam com o gol de barriga de Renato que decidiu o título carioca de 1995, em um chuvoso Fla-Flu no Maracanã.
Em julho daquele ano, o sempre irreverente personagem do futebol brasileiro topou um convite de PLACAR para encarnar o guerreiro escocês William Wallace, interpretado pelo ator Mel Gibson no filme Coração Valente, um enorme sucesso mundial da época. Naquela edição de número 1105, a reportagem Onze Vezes Renato foi assinada pelo humorista Beto Silva.
“No Fla-Flu decisivo, o atacante valeu por um time inteiro do Fluminense. Com muito humor, o tricolor Beto Silva, do Casseta & Planeta, escreve como Renato Gaúcho sacaneou os favoritos e acabou com a mão na taça de campeão”, dizia o subtítulo.

Num trecho, o integrante do programa Casseta & Planeta, da TV Globo, compara Renato à atriz Sharon Stone, grande musa do cinema na época. Leia o trecho completo:
Sharon Stone
No ataque o Flu trouxe o gênio, o cracaço Renato Gaúcho, o mestre, o professor, o cara que ensinou tudo que Romário, Edmundo e companhia sabem de futebol, de futevôlei e, pelo jeito, até de mulher. Não adianta discutir, Renato foi o melhor jogador deste Campeonato. E assim transcorreu o Campeonato Carioca. O Fluminense só perdeu um clássico, o Botafogo perdeu três, o Flamengo perdeu quatro e o Vasco perdeu até a conta de quantos clássicos perdeu. Teve evasão de renda, péssimas arbitragens e até uma história de armação. Todo o mundo dizendo que o Campeonato estava armado para o Flamengo ganhar. Eu não acredito nessa história de armação. Com aquele meio-campo, o Flamengo não consegue armar nada.
Para culminar a festa, a final do Campeonato foi um Fla-Flu. O Fla-Flu já tinha sido o melhor jogo do Campeonato (o Fluminense ganhou de 4×3). O Fla-Flu teve o melhor público do Campeonato. O Flamengo tem tanto medo do Fluminense que É diz isso até no seu hino (“no Fla-Flu é um ai-Jesus”). Enfim, Vasco e Botafogo que me desculpem, mas Fla-Flu na final é fundamental.










