Os Jogos Olímpicos de Paris já estão a todo vapor. Na última quarta-feira, 24, o futebol masculino, modalidade na qual o Brasil não se classificou, marcou o primeiro dia de competições junto do Rugby Seven. Nesta quinta-feira, 25, outros esportes começam a ser disputados, com direito à estreia da seleção brasileira de futebol feminino, que vai à França sonhando com o ouro inédito.

Na mesma situação que as meninas do Brasil atualmente, estava o time masculino nos Jogos de Seul-1988 – e assim permaneceu até enfim conquistar o ouro na Rio-2016. Na ocasião, a equipe chegou à Coréia do Sul com favoritismo e muita esperança. Jogou bem e montou uma base que daria frutos à seleção adulta, especialmente no tetra em 1994, mas parou na União Soviética na final.

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Em uma época sem restrições do sub-23, mas com a regra de que apenas atletas que nunca tivessem disputado uma Copa do Mundo podiam ser convocados, a seleção desembarcou badalada. Partindo do gol, que tinha Taffarel, passando pela lateral, que tinha Jorginho, e chegando ao setor ofensivo, que tinha Geovani, Neto, Romário e Bebeto.

O time repleto de craques atropelou Iugoslávia, Austrália e Nigéria na fase de grupos, passou pela Argentina nas quartas e eliminou a Alemanha Ocidental nas semifinais, nos pênaltis, com brilho de Taffarel. A campanha era perfeita, mas terminou em decepção após derrota na final, quando o time treinado por Carlos Alberto Silva sucumbiu para a União Soviética e adiou o sonho olímpico.

Em clima de Jogos, PLACAR relembrou a repercussão negativa da derrota brasileira em Seul na edição 957 de nossa revista, de outubro de 1988. O blog #TBT, que todas as quintas-feiras recupera um tesouro de nossos arquivos, reproduz, na íntegra, a reportagem de Marcelo Duarte:

A prata que teve gosto de lata

Acreditando firmemente na conquista do ouro olímpico, a seleção brasileira de futebol acha o vice de sabor ruim

Por Marcelo Duarte, de Seul

Sábado, Main Stadium, em Seul. O silêncio, as cabeças baixas, as lágrimas e os rostos decepcionados até faziam pensar que a seleção brasileira de futebol havia sido desclassificada ainda nas oitavas de final do Torneio Olímpico, depois de perder para um timeco qualquer, como o de Uganda ou da Mongólia, por sonoros e vergonhosos 5 x 0. Para aquele grupo de jogadores, o que acontecera minutos antes no gramado era realmente quase isso.