O torcedor da seleção brasileira vive nesta quinta-feira, 5, a expectativa para a estreia do técnico Carlo Ancelotti, diante do Equador, em Guayaquil, pela 15ª rodada das Eliminatórias para a Copa de 2026. Há 45 anos, a seleção canarinho se preparava para o início de um trabalho marcante, o do técnico Telê Santana.

Um dos grandes técnicos da história do futebol brasileiro, ainda que não tenha conseguido vencer as Copas de 1982 e 1986, Telê foi anunciado em fevereiro de 1980 como o substituto de Cláudio Coutinho. Ex-jogador e ídolo do Fluminense, o mineiro de Itabirito havia conquistado títulos no comando do Tricolor das Laranjeiras, do Atlético-MG e do Gêmio, e naquele momento dirigia o Palmeiras.

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Telê chegava com a promessa de promover um futebol intenso e vistoso, o que conseguiu, apesar das frustrações nos Mundiais. Sua estreia, no entanto, não foi das mais empolgantes: um triunfo por 2 a 0 sobre o México, com gols dos são-paulinos Zé Sérgio e Serginho. Os 34.316 espectadores presentes no Maracanã vaiaram a equipe na ocasião.

Telê Santana na PLACAR

Na edição de PLACAR de 11 de janeiro de 1980, Telê já falava como favorito a assumir o cargo, em entrevista a Sérgio A. Carvalho. Em uma pesquisa, ele era o preferido de 197 de 221 jornalistas ouvidos pelo Estadão. Apesar de despistar sobre o acerto, já apresentava seus “Oito Princípios” e dizia que trabalharia para acabar com o bairrismo e a falta de profissionalismo na seleção.

Telê deixava claro que o treinador da seleção deveria ser fixo, não se dividir com nenhum clube, e que o trabalho não poderia se limitar às competições. Sobrou até para o tricampeão mundial Mário Jorge Lobo Zagallo, à época grafado apenas com um L.

“Pelo menos evitaríamos aquele vexame de 74 com o Zagalo declarando que 1a Holanda me surpreendeu’. Ora, ele tinha obrigação de saber como a Holanda jogava em todos os detalhes. Isto é um trabalho que não acaba mais. Por isso defendo a idéia do técnico permanente.”