Como qualquer fã de futebol que se preze sabe, há poucos espetáculos na Terra tão impactantes como um Boca Juniors x River Plate em La Bombonera. Imagine então um com Diego Armando Maradona de um lado e Enzo Francescoli do outro. PLACAR não poderia desperdiçar a oportunidade única que se apresentou naquele 14 de julho de 1996, em duelo válido pelo Torneo Clausura, e enviou o repórter Paulo Vinícius Coelho (PVC) e o fotógrafo Alexandre Battibugli para capturar este momento histórico em Buenos Aires.

Já em fim de carreira, aos 35 anos, Maradona viveu uma das últimas grandes alegrias de sua carreira. Com três gols de seu fiel escudeiro e também veterano Claudio Caniggia, o Boca venceu o Superclássico por 4 a 1 e fez tremer as arquibancadas em La Boca. A euforia foi tamanha que Dieguito e Caniggia tascaram um beijo na boca na comemoração de um dos tentos. O uruguaio Francescoli, que naquele mesmo ano conquistaria a Libertadores, consagrando-se como um dos grandes ídolos da história do River, pouco fez diante do maior rival.

O blog #TBT PLACAR, que todas as quintas-feiras recupera um tesouro de nossos 55 anos de acervo, reproduz abaixo o texto na íntegra e as fotos daquela inesquecível viagem, narrada na edição 1118, de agosto de 1996,

Boca Livre

A torcida faz uma festa alegre e violenta no maior clássico da Argentina, um Boca x River com goleada, Maradona e até beijo na Boca

Por: Paulo Vinicius Coelho, de Buenos Aires
Com fotos de Alexandre Battibugli

Reportagem da edição 1118, de agosto de 1996 - PLACAR

Reportagem da edição 1118, de agosto de 1996 – PLACAR

De um lado do campo estão Diego Maradona e Claudio Caniggia, vestindo a mitológica camisa do Boca Juniors. Do outro, o uruguaio Enzo Francescoli, defendendo o River Plate. Dentro do Estádio de La Bombonera, porém, é impossível fixar os olhos em qualquer um deles. À esquerda das tribunas, uma multidão vestida de azul e ouro pula sem parar, ao mesmo tempo em que agita bandeiras, sinalizadores c derrama papel picado pelo ar.  Alguns, mais fanáticos, penduram-se nos alambrados como aranhas. Para eles não há espetáculo mais empolgante na terra do que um Boca x River, o mais tradicional clássico da Argentina.