Néstor Lorenzo tem 58 anos, mas curiosamente ainda é um rosto novo no mundo dos treinadores de futebol. Aplaudido por jornalistas colombianos a cada entrevista coletiva nesta Copa América, o ex-zagueiro argentino vice-campeão do mundo em 1990 se tornou, com folga, na mente por trás sucesso da Colômbia finalista da competição continental após 23 anos. Se dentro de campo James Rodríguez conduz Los Cafeteros, Lorenzo é o maestro fora dele. O técnico agora terá sua missão mais difícil até aqui: destronar a Argentina, atual campeã da competição e do mundo.

“Quero simplesmente agradecer pelo apoio. Acho que não seria possível sem essa energia que recebemos a cada dia. É um grupo que dá tudo, se entrega e merece isso, além de todas as circunstâncias. Estamos felizes por colocar um sorriso no rosto do povo colombiano”, afirmou um emocionado Lorenzo, na entrevista após o jogo.

“Sabemos o que está acontecendo e isso gera muita satisfação. Essa é a melhor recompensa que esse grupo pode ter”, completou.

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Lorenzo é o principal pupilo de José Pekerman, um dos mais respeitados técnicos da história argentina por lapidar talentos como Lionel Messi, Sorín, Aimar, Riquelme, Cambiasso, Saviola, D’Alessandro e tantos outros.

Fiel escudeiro de Pekerman, acompanhou o compatriota como auxiliar técnico durante o período a frente da seleção albiceleste sub-20, entre 2000 e 2001, e na principal, entre 2004 a 2006. Depois, esteve ao lado dele no longevo trabalho a frente da Colômbia entre 2012 de 2019.

Somente em 2021 se lançou em seu primeiro trabalho solo profissional: o Melgar, do Peru. Foram 63 jogos, com 35 vitórias, 12 empates e 16 derrotas, um aproveitamento de 61,9% interrompido por conta de um convite para assumir a seleção principal colombiana.

Ele foi anunciado pela federação do país em 2 de junho de 2022 sob olhares desconfiados durante um período de esfriamento dos torcedores com a seleção.

Néstor Lorenzo chegou a 24 partidas de invencibilidade com a seleção colombiana - Chris Coduto/AFP