James Rodríguez pisou nos Estados Unidos para a disputa da Copa América tachado por muitos como um ex-jogador em atividade. Aos 32 anos, quase todas as menções ao nome do camisa 10 da Colômbia nos últimos tempos carregavam algum cunho pejorativo ou falavam somente do passado por Porto, Real Madrid e seleção. De fato, tudo conspirava contra ele.

O meia não atuava pelo São Paulo desde 29 de abril, quando entrou por cinco minutos no clássico com o Palmeiras. Só havia participado de oito das 36 partidas da equipe brasileira na temporada, sendo duas delas como titular. Um calvário que só poderia ficar pior.

James cumpre na competição continental algo que o futebol parece adorar proporcionar: redenções. Neste sábado, 6, foi protagonista de um recital. Diante do Panamá, participou dos três gols no primeiro tempo: duas assistências e um pênalti convertido. A Colômbia venceu por 5 a 0 e está classificada à semifinal.

James bateu no ângulo esquerdo para converter a penalidade - Patrick T. Fallon/AFP

James bateu no ângulo esquerdo para converter a penalidade – Patrick T. Fallon/AFP

São cinco assistências e um gol no torneio, um brilho que transporta e muito a melhor face já vista do jogador, há dez anos atrás, na Copa do Mundo no Brasil. “Foi no Brasil, em 2014, que fui definitivamente apresentado para o mundo”, disse na ocasião.

Elogiado a cada entrevista coletiva pelo técnico Néstor Lorenzo, James encontrou no argentino de 58 anos, um ex-zagueiro, a base de confiança necessária que não tem com outro argentino, Luis Zubeldía, no São Paulo.