CBF convoca eleição para véspera da chegada de Ancelotti

 

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“Estou tranquilo. Quem faz as coisas corretamente não tem o que temer. É respeitar os posicionamentos e acreditar na justiça”, disse Ednaldo. “Tenho certeza absoluta porque foi o diretor-jurídico da CBF, que tem total autonomia e respaldo e ele, na presença da sua esposa e da sua filha, assinou [aquele documento] com toda convicção”, completou.

O presidente deixou o local de carro, às 17h25 (de Brasília), acompanhado de dois assessores, direto para o aeroporto, que fica a cerca de dois quilômetros de onde ocorre o Congresso sediado no Paraguai.

A entrevista concedida por Ednaldo ocorreu cerca de 19 minutos antes da primeira informação divulgada sobre o caso. Não há a confirmação se o cartola tinha conhecimento da decisão.

A Fifa ainda irá entender o caso, os próximos passos da Justiça brasileira e só aí se posicionar oficialmente. A entidade desconhecia a sentença desfavorável a Ednaldo.

Decisão e briga política

Em sua decisão, magistrado determinou “o afastamento da atual diretoria da CBF” e que Sarney “realize eleição o mais rápido possível, obedecendo os prazos estatutários”, além de permanecer na função somente “até a posse da diretoria eleita”.

Nomeado interventor, Sarney rompeu politicamente com Ednaldo e entrou com petições na Justiça durante as últimas semanas para tirar o dirigente do poder. Ele não integrou a chapa da reeeleição por aclamação do presidente em 24 de março, mas tem mandato até março de 2026.

No último dia 7, Sarney apresentou ao STF (Supremo Tribunal Federal) um pedido de suspensão do acordo homologado pela própria Corte em fevereiro deste ano, que manteve Ednaldo Rodrigues na presidência, apontado fraude na assinatura de Carlos Nunes Lima, o Coronel Nunes, no acordo que validou a primeira eleição vencida pelo rival.

Na peça de 12 páginas, o novo presidente, que foi um dos signatários no TAC (Termo de Ajuste de Contrato) assinado entre o Mistério Público e a CBF, apontava que havia pelo quatro indícios de ilegitimidade na assinatura do Coronel Nunes – duas delas apresentadas dias antes pela deputada Daniela Carneiro (União Brasil-RJ).

Um dos argumentos para revogação da decisão era o estado debilitado de saúde de Nunes, alegando que o mesmo se encontrava com suas capacidades civis severamente comprometidas. Ele ainda acrescentou um diagnóstico de neoplastia cerebral maligna, um tumor no cérebro, tratado por ele desde 2018.

Sarney também disse que desde 20 de junho de 2023, o médico Jorge Pagura atestou um “déficit cognitivo” para o Coronel Nunes e, com isso, foi lavrada uma procuração pública para que o mesmo conferisse amplos poderes para um terceiro gerenciar suas finanças por conta de sua impossibilidade.

Por fim, o documento afirmava que um parecer grafotécnico feito em 2025 “conclui que a assinatura firmada no referido acordo diverge do punho periciado do Sr. Antônio Carlos Nunes de Lima”, caracterizando uma fraude que beneficiou diretamente Ednaldo. Ele ainda pedia pela ação do poder público do Rio de Janeiro, acatada com a decisão do TJRJ.

Além do Coronel Nunes, assinaram o termo que mantinha Ednaldo no poder a Federação Mineira de Futebol, o ex-presidente da CBF Rogério Caboclo, e os então vices da entidade Antônio Carlos Nunes, Fernando Sarney, Gustavo Feijó e Castellar Guimarães Neto.

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