Abel Ferreira deixou de lado a habitual rigidez após a classificação do Palmeiras à final da Libertadores. O treinador chorou no gramado do Allianz Parque e na entrevista coletiva, depois da vitória por 4 a 0 sobre a LDU, resultado que reverteu a derrota de 3 a 0 em Quito e garantiu vaga na decisão contra o Flamengo.
Visivelmente emocionado, o técnico disse que o sentimento era de alívio e citou a filha, que está em Portugal, como uma das razões da comoção. Admitiu que ainda sente necessidade de provar diariamente seu valor e que, por isso, não consegue desfrutar das vitórias.
“Não sei se vou conseguir ser capaz de entregar esse tipo de vitórias porque o futebol tem ganhar, perder e empatar. Por isso sou tão mau perdedor. Quanto ao jogo é um sentimento de alívio, agradecer as pessoas que estão comigo, queria abraçar minha filha que não está agora comigo, está em Portugal”, disse.
Abel fica?
Abel, que tem contrato até o fim de 2026, voltou a mencionar o desgaste com parte da torcida após a eliminação para o Corinthians e afirmou que sua permanência depende mais de confiança do que de papel assinado. Também fez críticas à pressão do noticiário esportivo e disse que o clube é “um oásis” dentro do futebol brasileiro.

Abel Ferreira conduziu Palmeiras para vitória na Libertadores – César Greco / Palmeiras
O português ainda voltou a criticar o tratamento da imprensa: “É duro estar no Brasil. Não pelo clube. Mas porque vocês jornalistas são duros, alguns passam do ponto, e às vezes eu questiono para mim mesmo se é isso que quero continuar. Não sei se vamos ganhar títulos ou não, mas a Leila sabe o que quero, os jogadores sabem que gosto de os treinar.”
Sobre o jogo, explicou que dividiu a equipe entre construção e ataque, com três defensores, um no meio e seis jogadores adiantados. Destacou o desempenho de Murilo e Gómez, a entrada de Fuchs para dar mais verticalidade e o papel de Raphael Veiga, decisivo ao marcar dois gols na etapa final.






