“Os times que marcaram época no Cruzeiro, além de ganhar títulos, produziram algo a mais do que ganhar campeonatos. Isso é uma coisa muito importante para mim.” Foi assim que, ao seu melhor estilo, Fernando Diniz soube engrandecer a história cruzeirense e dar suas primeiras credenciais durante sua coletiva de apresentação, realizada na tarde desta terça-feira, 24.

Contratado para substituir Fernando Seabra, Diniz estreia na próxima quinta-feira, 26, contra o Libertad, pela Sul-Americana. E ainda que seja atual campeão da Libertadores, ele já deixou claro inúmeras vezes que sua ideia vai além do “só vencer”.

Idealista, autoral e ousado, o treinador construiu sua jornada até então com direito a um jogo que vai na contramão da cada vez maior linha posicional. Convicto como é, venceu, perdeu, goleou e foi goleado. Talvez por isso sua contratação – e tudo que o envolve – tenha causado opiniões fortes de todos os lados.

Como o Cruzeiro deve jogar?

Adepto de times que construam desde o goleiro, muitas vezes com um “carrossel” entre atletas dentro da própria área, Diniz não deu indícios de que mudará. Questionado sobre a capacidade de Cássio, experiente arqueiro contratado nesta temporada, o técnico relembrou Fábio, ídolo do Cruzeiro que desempenhou bom papel sob sua batuta no Fluminense.

“Para mim, isso é uma coisa muito natural. Vocês tiveram um goleiro aqui, com quase 1.000 jogos, que não jogava com os pés e tinha menos estímulo que o Cássio. Ele passou a ser uma figura central no modelo de jogo do Fluminense e nos ajudou. Foi privilégio ter tido o Fábio no
Fluminense e poder trabalhar com o Cássio é algo que eu sempre quis”, disse.

Cássio, goleiro do Cruzeiro, vai trabalhar com os pés no time de Diniz - Gustavo Aleixo/Cruzeiro