A seleção do Japão fez história nesta terça-feira, 14, e venceu o Brasil de virada pela primeira vez em sua história. A formação de um elenco qualificado formado por jogadores que são destaques em seus times no futebol europeu só foi possível graças a um processo de internacionalização que começou em 2017. Desde então, exportar japoneses às principais ligas da Europa se tornou um ótimo custo-benefício.

PLACAR agora está nas bancas e em todas as telas. Assine a revista digital

Japão: ganhando a confiança dos europeus

O Japão vive um eterno processo de maturação e crescimento no futebol. A seleção, por exemplo, jogou todas as Copas do Mundo desde 1998, na França. A revolução mais recente, no entanto, teve início com o executivo Takayuki Tateishi e o empresário Keishi Kameyama.

A dupla percebeu que o futebol japonês estava com dificuldade de evoluir pois seus jogadores permaneciam no futebol local. Entre 2017 e 2018, Tateishi e Kameyama compraram o time Sint Truiden, da Bélgica, e decidiram estabelecer uma ponte Japão-Europa.

O clube belga se tornou um centro de desenvolvimento de jogadores japoneses, que conseguiram se destacar no futebol europeu e quebraram uma barreira de mercado. Nomes como Takehiro Tomiyasu, Daichi Kamada e Wataru Endo ganharam protagonismo.

Neste processo, clubes europeus passaram a ver o Japão como um ótimo custo-benefício: jogadores baratos e muito aplicados.

Um ponto de ruptura também foi o Celtic, tradicional time da Escócia. O técnico Ange Postecoglu, ex-Tottenham, havia trabalhado no Japão pelo Yokohama Marinos e viu o potencial dos japoneses, levando nomes como Maeda, Hatate e Furuhashi.

Na seleção japonesa:

Copa de 2010: apenas 4 jogadores atuavam fora do Japão

Copa de 2022: um total de 20 jogadores atuavam fora do Japão

Japão ganhou da Alemanha e Espanha na última Copa do Mundo - EFE/EPA/Ali Haider