Reportagem publicada na PLACAR de maio, edição 1523, já disponível em nossa loja, nas bancas e em versão digital (vire membro)
Quem vê o camisa 11 do Barcelona, faixa de capitão no braço e sorriso no rosto a cada comemoração – 32 gols e 23 assistências em 53 jogos nesta temporada pelo clube catalão, e contando –, talvez se surpreenda ao saber que, desde os primeiros chutes em Porto Alegre até bem pouco tempo atrás, Raphael Dias Belolli cogitou jogar a toalha em diversas ocasiões. “Já pensei em desistir muitas vezes. Algumas críticas me fizeram duvidar de mim mesmo, da minha capacidade, se eu realmente merecia estar onde estava”, admite Raphinha, no subsolo de sua belíssima casa na Catalunha.
No local, um minimuseu, repleto de troféus e camisas próprias ou trocadas com grandes craques, se une a uma academia particular, onde trabalho duro e reflexões o levaram a ser, ainda que tente evitar ao máximo a euforia, um fortíssimo candidato à Bola de Ouro em 2025. “Se eu falasse que não é o melhor momento da minha carreira, estaria mentindo. Afinal, são números altíssimos, né? Mas é resultado de muito trabalho, não somente de uma temporada, mas de uma carreira inteira”, garante o atacante canhoto de 28 anos em entrevista exclusiva à PLACAR.
O jogador gaúcho demonstrou incômodo especial com a incompreensão de parte da torcida e da imprensa sobre suas obrigações táticas. “As pessoas às vezes não entendem o quanto o jogador tem de se doar, tanto defensivamente como ofensivamente. O futebol hoje é muito intenso e nem sempre o atacante vai chegar com perna para finalizar.”
Apesar de ter Ronaldinho Gaúcho e Neymar como ídolos, Raphinha diz não utilizar as fintas como principal trunfo. “Nunca fui o cara do drible. Obviamente, como atacante é legal driblar, mas sempre tive um desejo muito maior pelo gol, pela assistência”, diz. “Há maneiras de driblar sem a bola, fazendo um desmarque, que acho que é o meu ponto forte. Sou um jogador vertical.”







