O futebol soviético se mostrou mais do que esporte: serviu como instrumento de propaganda, laboratório de disciplina coletiva e palco de ídolos que moldaram a identidade de um povo. Entre vitórias olímpicas, títulos europeus e duelos carregados de tensão política, a União Soviética foi mais uma potência que usou o gramado como extensão da geopolítica, até sua extinção, em 1991.

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Das glórias ao confronto velado com os Estados Unidos, passando pela figura mítica de Lev Yashin, o “Aranha Negra”, o futebol no país foi um espelho fiel das mudanças políticas e econômicas do século XX. Organizado, financiado e controlado pelo Estado, o esporte incorporava a ideologia socialista, valorizando o esforço coletivo sobre o brilho individual — ainda que alguns craques tenham se destacado.

A história começa nas décadas pré-revolucionárias, com o futebol chegando ao Império Russo e se estende até a fragmentação do esporte no caos pós-1991. No caminho, há jogos lendários, clubes com ligações diretas a órgãos do governo, confrontos simbólicos da Guerra Fria e posições de líderes que não puderam ignorar seu poder como ferramenta de massa.

Assim, PLACAR se aprofundou em pesquisas e produziu o panorama do futebol na URSS. Confira:

O que foi a URSS?

A União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS) foi criada em 1922, logo após a vitória bolchevique na Guerra Civil Russa, em conflito que sucedeu a Revolução Russa de 1917. Seu objetivo declarado era consolidar o socialismo em um território vasto, reunindo repúblicas que antes pertenciam ao Império Russo e áreas conquistadas ou aliadas.

A URSS tornou-se um Estado federal, com o Partido Comunista exercendo controle absoluto sobre política, economia e sociedade. A centralização do poder permitia decisões rápidas e planejamento em larga escala, mas também restringiu liberdades individuais e reprimiu dissidências.

O país se estendia por mais de 22 milhões de quilômetros quadrados, abrangendo diferentes povos, línguas e culturas. Entre suas quinze repúblicas estavam a Rússia, Ucrânia, Bielorrússia, Geórgia, Armênia, Azerbaijão, Cazaquistão, Quirguistão, Tadjiquistão, Turcomenistão, Uzbequistão, Moldávia, Letônia, Lituânia e Estônia.