A seleção espanhola anunciou a sua convocação para o amistoso contra a seleção brasileira e um jogador que não estava na lista chamou a atenção. Brahim Diaz poderia defender a Espanha, mas optou por jogar por Marrocos, rompendo a lógica recente do futebol em que jogadores escolhiam a Europa em detrimento da África.

Brahim Diaz, hoje no Real Madrid e com passagem por Milan e Manchester City, optou por defender a seleção do país onde o pai nasceu ao invés da espanhola. Os marroquinos foram semifinalistas na última competição mundial, passando pela própria Espanha nas oitavas de final e por Portugal nas quartas — caíram para a vice-campeã França na semifinal e terminaram na quarta colocação depois de perderem para a Croácia.

Luis de la Fuente, atual treinador da seleção espanhola, chegou a se irritar com os jornalistas quando perguntado sobre a não convocação do atleta.

“Há um documento de 9 de março em que ele renuncia a jogar pela Espanha”, disse o treinador. “Não era possível convocá-lo”.

Díaz negou que tenha pedido garantias para defender a Fúria. “Nunca pressionei para jogar pela Espanha e nunca o farei. Eu falo em campo. O campo é onde se é bom e onde se acumula méritos. Se De La Fuente se referiu a mim, não me sinto atingido. Em nenhum momento pressionei ou exiji ninguém. Não é o meu caso. Não sou esse tipo de pessoa”, disse.

Até hoje a seleção francesa campeã do mundo em 1998 é lembrada como um time de craques que poderiam ter defendido seleções da África e até do Caribe. Lilian Thuram (Guadalupe), Marcel Desailly (Gana), além do próprio Zinedine Zidane (com pais nascidos na Argélia), pilares da equipe que derrotou o Brasil, tiveram opções de não defender a então dona da casa naquela edição e jogaram pela França.