Dois anos depois de conquistar o mundo encantando com o “tiki-taka”, a Espanha conquistou a Eurocopa de 2012 sem grandes sustos. De maneira invicta, a seleção fez 12 gols nas seis partidas, ainda que tenha sido escalada sem um centroavante em três jogos, incluindo a final contra a Itália, vencida por 4 a 0. Na decisão, o sistema ofensivo do treinador Vicente Del Bosque foi o meio de campo, composto por Sergio Busquets, Xavi, Xabi Alonso, David Silva, Iniesta e Fàbregas.
O sucesso da Espanha foi somado à alta do Barcelona de Pep Guardiola, que entre 2009 e 2014 contou com Lionel Messi fazendo a função de “falso 9”, e deu início a uma tendência de menos espaço para os centroavantes, e times quase sempre formados por pontas bem abertos e um ataque móvel. Por muito tempo, comentou-se que o camisa 9 clássico estava em extinção. A Eurocopa da Alemanha, porém, talvez venha a mudar esta percepção.
Em uma época de futebol ainda mais físico e de pouco espaço entre as linhas defensivas, muitas vezes com equipes se fechando completamente nos 30 últimos metros, alçar bolas na área e utilizar da força dos atacantes mais fixos se tornou uma alternativa. Naturalmente, jogadores ofensivos de força física voltaram a receber valorização.
Já na primeira rodada da competição, “grandalhões” como Niclas Fullkrug (Alemanha), Wout Weghorst (Holanda) e Adam Buksa (Polônia) marcaram. Da mesma forma, Álvaro Morata (Espanha), um atacante de meio com características mais versáteis marcou e se tornou o 3º maior artilheiro da história da Euro (7 gols), empatado com Antoine Griezmann, da França e Alan Shearer, da Inglaterra, e atrás de Michel Platini, francês, (9 gols) e Cristiano Ronaldo, de Portugal (14 gols).
Outro centroavante que se destacou com o espírito brigador e a força física foi Robert Bozenik. Durante a vitória da Eslováquia sobre a Bélgica, o jogador do Boavista, de Portugal, usou bem seus 1,88 metros de altura para ganhar lançamentos contra os zagueiros dos Red Devils, além de ter sobrado em fôlego para pressionar e fechar linhas de passe. No mesmo duelo, Romelu Lukaku, que veste a 10 do lado belga, mas é um 9 de origem, chegou a marcar duas vezes, mas teve os lances anulados.
Grande candidata a levar o torneio, a França estreou na competição sem um “homem-referência” no ataque. Para enfrentar a Áustria, Didier Deschamps optou por um quarteto ofensivo com Antoine Griezmann, Ousmane Dembélé, Marcus Thuram e Kylian Mbappé. Enquanto isso, os austríacos tiveram Michael Gregoritsch, um atacante alto e com característica de jogar de costas para o gol adversário e aproveitar bolas alçadas na área, que não fez grande jogo nas transições.
Os camisas 9
Niclas Fullkrug – Alemanha





