O placar era de 3 a 2 para o Barcelona. Faltava pouco para o árbitro Szymon Marciniak apitar o final de jogo, até que Francesco Acerbi largou a defesa, disputou um lançamento no alto e se posicionou como um centroavante, para aproveitar cruzamento de Denzel Dumfries e empatar para a Inter de Milão.
O gol do zagueiro deixou tudo igual e levou a decisão da semifinal da Champions League para a prorrogação. E após abrir 2 a 0, sofrer a virada no segundo tempo e se manter vivo nos acréscimos, os Nerazzurri retomaram a frente no tempo extra, com David Frattesi, para conquistarem a vaga na final.
O roteiro dramático poderia muito bem ser interpretado pelo tenor Andrea Bocelli, no Teatro alla Scala, uma das mais famosas casas de ópera do mundo. Mas teve seu ato final protagonizado em um San Siro enlouquecido, a cerca de 6 quilômetros do tradicional ponto turístico milanês.

Acerbi marcou o salvador gol – Piero Cruciatti/AFP
Heróis, claro, foram muitos. Todavia, um bom holofote pode ser reservado para Acerbi, que, aos 37 anos, alcançou o momento de maior glória de uma carreira marcada por superação.
O início de Acerbi
Natural de Vizzolo Predabissi, pequena comuna na Lombardia, a 20 quilômetros de Milão, o zagueiro não teve um início em grandes centros. Foi formado e estreou profissionalmente pelo Pavia, clube da região, que estava na terceira divisão nacional.
Francesco, porém, demorou a engrenar na carreira e viveu sua primeira grande fase apenas na temporada 2011/12. Defendendo o Chievo, estreou na Série A da Itália e, aos 24 anos, foi convocado pela primeira vez para a seleção italiana.
As atuações chamaram a atenção do Milan, que contratou o atleta em junho de 2012. A passagem foi curta, mas deu início ao momento mais conturbado da vida e da carreira do defensor.







