São quase 74 anos de história e apenas um título, de pouca expressão (uma segunda divisão da França). Mas o Stade Brestois, um modesto clube localizado na cidade de Brest, vem dando o que falar na atual temporada do futebol europeu. É o vice-líder da Ligue 1, atrás apenas do bilionário Paris Saint-Germain (PSG), e, a seis jogos do fim do campeonato, está próximo de garantir uma inédita vaga na Liga dos Campeões.

O Brest, como é conhecido, soma 50 pontos em 27 rodadas do Campeonato Francês, com 14 vitórias, 8 empates e 5 derrotas. Apesar de balançar pouco as redes (37 vezes), a equipe comandada por Éric Roy, de 56 anos, se caracteriza por um forte desempenho defensivo, tendo sofrido apenas 20 gols no campeonato, o que os posiciona como a melhor defesa da liga.

Fundado em 1950 – através da junção de outros cinco clubes – na cidade portuária com apenas 140 000 habitantes, o Stade Brestois passou por graves dificuldades financeiras no fim do século passado. Teve sua falência decretada em 1991, quando reiniciou suas atividades na terceira divisão francesa. Em 1997, chegou a disputar torneios de futebol amador.

A medida que foi se reorganizando, o time escalou as divisões nacionais. Em 2004, chegou à Ligue 2, a segunda divisão, comandada por um jovem talento: o ponta Franck Ribéry, que anos depois chegaria à seleção francesa. O retorno à primeira divisão se deu em 2009/10, mas quatro anos depois o Brest voltou a ser rebaixado.

A consolidação dos Piratas — como são chamados, pois a cidade de Brest foi utilizada como fortaleza para segurar os ataques de saqueadores e ganhou fama durante as grandes expedições francesas nos séculos passados — veio na temporada 2018/19, quando obteve o acesso via segunda colocação da Ligue 2. O Brest nunca mais caiu e hoje desafia potências da França.

Brendan Chardonnet é capitão da melhor zaga da Ligue 1 - Foto: Reprodução/Instagram