Os clubes da Premier League, a primeira divisão do Campeonato Inglês, aprovaram nesta sexta-feira, 21, a introdução de um limite salarial a partir da temporada 2026/27. As equipes, porém, votaram contra o limite de gastos gerais.
O novo limite salarial impõe que os clubes possam gastar apenas 85% das suas receitas em salários e em comissões e agentes, uma medida que, segundo a Liga inglesa, “tem como intenção promover igualdade de oportunidades aos clubes”, aproximando o sistema financeiro da Premier League ao fair play financeiro da Uefa, que permite apenas 70% de gastos.
Os clubes da Premier League também aprovaram a lei de sustentabilidade a curto e longo prazo, que mede a capacidade dos clubes fazerem frente a compromissos econômicos. As duas novidades foram aprovadas por unanimidade.
A votação sobre o limite de gastos, porém, só recebeu sete de 20 votos e foi rejeitado. Esta mudança previa que os clubes pudessem gastar com seu próprio plantel no máximo o equivalente a cinco vezes o que o último classificado recebesse de direitos televisivos e prêmios. Com base na temporada 2023/24, sob esta norma, os clubes teriam de gastar no máximo 500 milhões de libras esterlinas (mais de 3,5 bilhões de reais) em transferências.
Associação de jogadores cogita processos
A escolha dos clubes não foi bem recebida pela Associação de Jogadores Profissionais da Inglaterra (PFA, na sigla local), que ameaçou processar a Premier League caso os futebolistas não fossem ouvidos numa proposta que pode limitar seus salários.
“Temos uma tendência no futebol de pensar que estamos acima da lei, mas o futebol não está, e a realidade é que não se pode limitar a capacidade de alguém ganhar a vida”, disse o presidente da PFA, Maheta Molango, que diz que “há formas de chegar a acordos em torno da sustentabilidade financeira, mas não pode ser imposta de forma unilateral”.
O grupo considera que as novas regras são contra a lei de livre concorrência e configurariam abuso de poder da Premier League.





