O Inter Miami deve ir a campo no próximo domingo, 29, para enfrentar o Paris Saint-Germain sem nenhum americano entre os titulares. A escalação para a partida de oitavas de final talvez nem chamasse a atenção se o Mundial de Clubes não acontecesse no auge das tensões com a política anti-imigração do governo de Donald Trump, presidente dos Estados Unidos.

A Suprema Corte dos EUA decidiu na última sexta limitar a autoridade de juízes de instâncias inferiores para que esses não possam mais acatar pedidos de cidadania americana por nascimento a filhos de imigrantes em situação ilegal. Trump classificou a decisão como “uma vitória monumental” para os planos do seu governo.

Na primeira semana de competição, o Mundial de Clubes dividiu o noticiário com os protestos primeiro em Los Angeles contra o “maior projeto de deportação em massa da história país”, como definiu Trump. As ações dos manifestantes tiveram como motivação as operações da ICE (agência de Imigração e Fiscalização Aduaneira na sigla em inglês) em estabelecimentos comerciais e empresas para buscar estrangeiros em situação irregular.

Com a diminuição dos protestos e o bombardeio dos Estados Unidos ao Irã, o tema da imigração ficou em segundo plano enquanto estrangeiros irregulares seguem com medo nas ruas. A reportagem de PLACAR encontrou na rodovia I-95, um brasileiro que trabalha como caminhoneiro e relatou a insegurança depois da política de Trump. “Mesmo para os estrangeiros que estão legalmente está complicado. Imagina para quem está irregular”, disse.

Ainda no início do mês, entrou em vigor o decreto que proíbe viagens de cidadãos de 12 países para os EUA. Os países afetados são: Afeganistão, Mianmar, Chade, República do Congo, Guiné Equatorial, Eritreia, Haiti, Irã, Líbia, Somália, Sudão e Iêmen. Os cidadãos de Burundi, Cuba, Laos, Serra Leoa, Togo, Turcomenistão e Venezuela têm vistos restritos. Gianni Infantino, presidente da Fifa, de profunda amizade com Trump em razão da realização do Mundial e da Copa do Mundo do ano que vem, ainda não foi confrontado pela imprensa sobre a situação dos imigrantes.

Messi e mais seis argentinos

Javier Mascherano é técnico do Inter Miami - Alexandre Battibugli / PLACAR