“Eu nunca tinha visto um vermelho assim antes, e nos sessenta anos seguintes nunca o vi da mesma maneira outra vez. Um vermelho só reproduzível na memória. Um vermelho inaugural, inédito, como o de um rio de lava no começo do mundo. E o meu coração se deixou levar.”
Assim definiu o nascimento de seu amor pelo Inter, em trecho do livro Time dos Sonhos: Paixão, Poesia e Futebol (2010), o escritor, cartunista, roteirista e humorista Luis Fernando Veríssimo, que morreu na madrugada deste sábado, 30, em Porto Alegre, aos 88 anos. Ele não resistiu a complicações decorrentes de uma pneumonia, informou o Hospital Moinhos de Vento, onde estava internado desde o dia 11 de agosto.
Dono de um humor afiado e inimitável, publicou mais de 60 livros, incluindo A Mesa Voadora (1982), O Jardim do Diabo (1988) e As Mentiras que os Homens Contam (2000) e criou em suas crônicas personagens históricos, que dialogavam diretamente com a sociedade brasileira da época, como “O analista de Bagé”, de 1981″ e A velhinha de Taubaté”, de 1983.
Iniciou sua carreira e consagrou-se no jornal Zero Hora. Também foi colunista de Folha da Manhã, Estado de S. Paulo, Veja, Playboy, e cobriu quatro Copas do Mundo por O Globo. Tantas vezes também escreveu colunas e concedeu entrevistas para PLACAR (ver mais abaixo).
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Filho do também escritor Érico Verissimo e de Mafalda Verissimo, nasceu em Porto Alegre, em 26 de setembro de 1936, e passou parte da infância nos Estados Unidos, onde seu pai era professor. Lá, pegou gosto pelo jazz, uma de suas várias manias. Mas nenhuma se comparava ao Inter. Em 2004, Veríssimo lançou o livro Internacional, Autobiografia de uma Paixão, para eternizar sua relação com o Colorado.
Diagnosticado com doença de Parkinson, Veríssimo enfrentou problemas cardíacos nos últimos anos e precisou passar por cirurgia de implante de marca-passo. Em 2021, sofreu um Acidente Vascular Cerebral (AVC) que lhe deixou sequelas motoras e de comunicação. Ele deixa a mulher, Lúcia Helena Massa, três filhos, Fernanda, Mariana e Pedro, e dois netos.
Para além do amor pelo Inter, Veríssimo também revelava simpatia pelo Botafogo, como em alguns dos trechos abaixo:

















