O presidente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), Ednaldo Rodrigues, aumentou os salários dos presidentes das federações estaduais. A informação faz parte de uma reportagem da revista Piauí, que detalha gastos considerados excessivos na gestão do dirigente, como viagens luxuosas, regalias para aliados e denúncias de assédio e perseguição interna.
Reeleito com apoio total de clubes e federações estaduais, o dirigente mexeu recentemente no bolso dos responsáveis por gerir o futebol de cada estado. Segundo a apuração, os salários antes fixados em 50 mil reais saltaram para 215 mil, um aumento de 330%.
Gastos na Copa do Mundo de 2022
No entanto, essa não é a única parte da gestão de Ednaldo que envolve valores exobritantes. De acordo com a revista, a CBF teria também custeado uma comitiva de 49 convidados para a Copa do Mundo do Catar, em 2022.
O grupo incluía políticos, socialites e jornalistas da Bahia, estado de origem do presidente. Os convidados viajaram em primeira classe, ficaram hospedados em hotéis cinco estrelas, com um deles recebendo cartão corporativo com limite de 500 dólares diários para despesas pessoais.
A família de Ednaldo Rodrigues também teria sido beneficiada, segundo a reportagem. Entre os contemplados, estariam sua esposa, filha, cunhada, genro e netos. Os custos da esposa do dirigente teriam somado 37 mil reais apenas em hospedagem.
Hospedagens de luxo e viagens particulares
A reportagem da Piauí aponta que Ednaldo Rodrigues teria adotado um estilo de gestão marcado por gastos elevados com viagens, hospedagens e eventos de luxo. E mesmo que com salário de cerca de 1 milhão de reais (montade que arrecada via CBF, Conmebol e Fifa), muitos custos foram colocados na conta da CBF.
Segundo a investigação, ele frequentemente se hospedava em suítes presidenciais de hotéis cinco estrelas, com diárias que chegam a R$ 40 mil. Além disso, teria bancado viagens internacionais em primeira classe para ele próprio e para dirigentes próximos, utilizando recursos da confederação.
Os custos com passagens aéreas e hospedagem para dirigentes estaduais e membros da CBF também aumentaram significativamente. Em algumas ocasiões, eventos organizados pela entidade foram realizados em locais exclusivos e de alto custo, com infraestrutura luxuosa e serviços sofisticados.
Contratos suspeitos
Um dos primeiros atos de Ednaldo foi entregar o setor de transportes da CBF, segundo a Piauí, a seu ex-motorista particular: Anderson Souza. A empresa contratada para o serviço tinha capital social de apenas 1 real, sede modesta no subúrbio do Rio de Janeiro e nenhuma experiência relevante no setor
O impacto financeiro do contrato foi significativo. Em apenas um único dia, a empresa cobrou 158 mil reais para transportar 36 cartolas da CBF. O valor estimado para o mesmo serviço utilizando Uber Black seria de 11 mil reais.







