O Brasil se despediu na sexta-feira, 5, de uma de suas maiores lendas, Mario Jorge Lobo Zagallo, morto aos 92 anos no Rio de Janeiro. Filho de uma dona de casa e de um representante de fábrica de tecidos, caçula de dois irmãos, nasceu em 9 de agosto de 1931 em Maceió (AL). Aos oito meses viajou no colo da mãe para o Rio de Janeiro. Com 17 anos estreou como jogador do América. Defendeu também Flamengo (1951 a 1958) e Botafogo (1958 a 1965) e foi ponta-esquerda da seleção de 1958 e 1964.

Time do Flamengo, campeão carioca em 1955: em pé, Pavão, Chamorro, Servílio, Tomires, Dequinha e Jordan; agachados, Joel, Duca, Índio, Dida e Zagallo

Time do Flamengo, campeão carioca em 1955: em pé, Pavão, Chamorro, Servílio, Tomires, Dequinha e Jordan; agachados, Joel, Duca, Índio, Dida e Zagallo.

Além da seleção brasileira, Zagallo já treinou outras seleções como Kuaitiana, Saudita e Emirados Árabes Unidos.

Além da seleção brasileira, Zagallo já treinou as seleções do Kuwait, Arábia Saudita e Emirados Árabes Unidos.

Destacava-se pelo preparo físico (era chamado era “formiguinha”) e pela disciplina. Jamais foi expulso. Atribuía a educação em campo à influência dos pais. A mãe se formou em colégio francês de classe alta em Maceió, e o pai concluiu os estados na Inglaterra.

A austeridade familiar também influenciou a sequência da carreira. Aos 35 anos, estreou como técnico no time juvenil do Botafogo, e aos 39 comandou no México o tri do Brasil na Copa do Mundo. Nenhum técnico da seleção foi campeão tão jovem. E nem tão duradouro, o que lhe rendeu o apelido de “velho lobo”. alusão à longevidade que lhe permitiu treinar, por exemplo, Pelé e Ronaldo. E enfrentar Cruyff e Zidane. Seu último Mundial foi o de 2006, como auxiliar.