Um estudo espanhol analisou 185 pênaltis cobrados em torneios internacionais de seleções e revelou padrões no comportamento de cobradores e goleiros. O trabalho é de José Ramón Barbero, que defendeu sua tese de doutorado na Universidade de La Rioja, na Espanha.

Entre as principais conclusões, está a tendência de o jogador optar pelo chute cruzado — ou seja, destros batem com mais frequência à sua esquerda (à direita na visão do goleiro), e canhotos à sua direita (esquerda do goleiro). O estudo também mostra que os movimentos do goleiro durante a corrida influenciam a decisão do cobrador.

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A análise se baseou em partidas da Eurocopa, Copa América, Copa Africana de Nações, Copa da Ásia e Copa Ouro entre 2019 e 2021. Foram considerados 17 critérios e 64 categorias, divididos em quatro momentos-chave da cobrança: início da corrida, último apoio da perna não dominante, momento do chute e finalização.

Barbero destaca que goleiros mais experientes costumam esperar mais tempo antes de se lançar, buscando mais informações sobre a direção do chute. Não há um momento ideal único: a leitura varia conforme o perfil e o repertório do goleiro.

Douglas Luiz chuta na trave o pênalti contra o Uruguai na Copa América - Ethan Miller /AFP

Douglas Luiz chuta na trave o pênalti contra o Uruguai na Copa América – Ethan Miller /AFPAMERICA / Getty Images via AFP)

Porém, com base nos dados, o autor propõe recomendações. Contra canhotos, por exemplo, a dica é se jogar à esquerda se o time estiver perdendo ou se o pé de apoio apontar para esse lado; ficar no centro se a equipe estiver vencendo ou o apoio estiver centralizado; e pular à direita se a corrida for lenta ou o pé apontar para lá.