4ª edição do Concurso de Crônicas e Contos do Museu do Futebol – Divulgação/Museu do Futebol
O Museu do Futebol, instituição da Secretaria da Cultura, Economia e Indústria Criativas do Governo de São Paulo, divulgou nesta quarta-feira, 26, os textos vencedores do 4º Concurso de Crônicas e Contos, realizado em parceria com PLACAR. Sucesso em suas três primeiras edições, o concurso teve 762 inscrições válidas de todo o Brasil: o maior número desde a sua criação.
O concurso teve o futebol sul-americano como tema central, inspirado na exposição temporária ¡Cancha brava! Futebol sudamericano en disputa, em cartaz no museu até abril de 2026. Por isso, pela primeira vez foram aceitos textos em espanhol, desde que o autor ou autora seja residente no Brasil.
Paixões, dramas e memórias que unem os países da América do Sul através do futebol. Histórias de imigração, lembranças de torcedores, resistência feminina, memórias de guerras e ditaduras e rivalidade nas fronteiras em histórias que emocionam e fazem rir foram características marcantes encontradas nos 20 textos vencedores.
Além do prêmio em dinheiro e da publicação dos textos em um livro bilíngue (português e espanhol), esta edição traz uma novidade: pela primeira vez, os textos terão também uma versão em audiolivro, em português e espanhol, produzida e disponibilizada gratuitamente pelo aplicativo do Skeelo, uma das principais plataformas de audiobooks e ebooks do Brasil.
Os vencedores
Em primeiro lugar, o texto As jugulares da Améfrica Ladina, de Antonio Gomes de Jesus Neto, narra a história de um imigrante africano que vem à América do Sul em busca do sonho de tornar-se jogador profissional. Chega pelo Peru e percorre praticamente todo o continente até se estabelecer em Mar del Plata, observando e sentindo na pele as complexidades da uma região ainda marcada pela desigualdade e pelo racismo.
Em segundo lugar ficou Driblando fronteiras, de Reginaldo Pereira, ambientada na região de tríplice fronteira entre Brasil, Peru e Colômbia. Na cidade de colombiana de Letícia, a participação do Brasil nas Copas do Mundo sempre foi motivo para uma festa entre vizinhos – mas isso muda quanto seleção brasileira encontra a Colômbia nas quartas de final de 2014. O clima historicamente amistoso começa a se encher de tensão, até que a ideia de um jogo amistoso entre moradores restaura a paz local.
Negócio de família, de Maria Elisa Savaget Carneiro, ficou em terceiro lugar com a narrativa bem-humorada sobre uma família inusitada que mora ao lado de um estádio de futebol, tendo como maior diversão tentar entrar sorrateiramente nos clássicos. A história guarda uma surpresa que só se revela na última linha.
De 4º a 20º lugares, foram classificados os seguintes textos (por ordem alfabética, sem ranking):
A América cabe no meu quintal, de Dudu Machado A partida, de Bibiana Lucas Bette, jogadora de futebol, brilha no primeiro clássico Gre-Nal de futebol feminino, de Ana Laura Chepp Eu odeio Rivelino, de Roberto Vieira Fronteiras, de Weslley da Silva Ganhamos ontem, de Mateo Olivera Santivañez Ignacio e Toto, de Cassio Giorgetti La frontera, de Maria Fernanda Moraes La mejor final de la historia o una mejor historia sin final, de Maira Yesenia Trujillo Vanegas O jogo dos abraços, de Sidney Dupeyrat Suplantación, de Gabriel Mamani Magne Tarde carioca, de Gabriel Bortulini Um conto de futebol, de Leticia Quadros Um respiro à altura, de Leonardo Catto Un dinosaurio en Santiago, de Francesco Jordani Rodrigues Vizinhos, de David Ehrlich Zagueiro-zagueiro, de Leo Lepri
Os vencedores receberão prêmios de R$ 3.000 para o primeiro lugar; R$ 2.000 para o segundo; R$ 1.500 para o terceiro e R$ 800 cada um dos demais. Todos os textos vencedores podem ser lidos nosite do Museu do Futebol.
Julgamento
Foram recebidas 762 inscrições válidas de todo o Brasil – número recorde desde a criação do Concurso.
Os textos foram avaliados pelo júri composto pela escritora Luiza Romão, vencedora do Prêmio Jabuti 2022 com o livro de poesia Também guardamos pedras aqui; pelo historiador e podcaster Matias Pinto, pesquisador e apresentador de vários casts, entre eles O Som das Torcidas e Xadrez Verbal; o repórter Klaus Richmond, da Revista Placar; e a coordenadora do Núcleo de Comunicação e Marketing do Museu do Futebol, Renata Beltrão, organizadora do concurso. Luiza Romão e Matias Pinto são curadores da exposição temporária ¡Cancha Brava! Futebol sudamericano en disputa.
Sobre o Museu do Futebol
Localizado numa área de 6.900 m² no Estádio Municipal Paulo Machado de Carvalho – o Pacaembu, o Museu do Futebol possui salas expositivas que instigam o visitante a experimentar sensações e compreender por que, no Brasil, o futebol é mais do que um esporte: é nosso patrimônio, parte de nossa cultura e de nossa identidade.
Fundado em 2008, Museu do Futebol tem três andares e fica dentro do estádio do Pacaembu – Nilton Fukuda/Museu do Futebol
O Museu do Futebol é uma instituição da Secretaria da Cultura, Economia e Indústria Criativas do Governo do Estado de São Paulo, concebido pela Fundação Roberto Marinho. O IDBrasil Cultura, Educação e Esporte é a Organização Social de Cultura responsável pela sua gestão.
Patrocinadores e parceiros
A Temporada 2025 do Museu do Futebol conta com patrocínio do Mercado Livre, Arkema, Goodyear, Farmacêutica EMS e Itaú Unibanco; apoio da Adidas, Grupo Globo, Pinheiro Neto Advogados, Grupo Zanchetta e Sabesp; conta ainda com a Evonik Brasil como empresa parceira e dos parceiros de mídia Revista Piauí, Rádio Transamérica FM, Gazeta Esportiva, Guia da Semana, Dinamize e JCDecaux. O Museu do Futebol é realização do Governo do Estado de São Paulo, por meio da Secretaria da Cultura, Economia e Indústria Criativas, e do Ministério da Cultura – Lei Rouanet.
A história do concurso
Em dezembro do último ano, foi lançado o livro Na Ponta das Canetas: Crônicas dos Concursos do Museu do Futebol, que reúne os 28 textos vencedores e menções honrosas das três edições do projeto, realizado desde 2022 pelo Museu. A obra ainda reuniu textos inéditos de escritores consagrados, como Ignácio de Loyola Brandão, Luiza Romão e José Roberto Torero, além de posfácio de Franklin Valverde.
O Concurso de Crônicas do Museu do Futebol acontece anualmente há três anos, sempre com um tema diferente: em 2022, Torcida; em 2023, As mulheres e o futebol; e em 2024, A várzea e o futebol.
Vencedores das edições de 2022, 2023 e 2024 e jurados em evento no Museu – Gilberto Marques/Museu do Futebol
Em 2024, a crônica que recebeu o primeiro lugar no concurso trata da relação de um jovem com Síndrome de Down e o futebol de várzea, de autoria de Viviane Ferreira Santiago. O segundo lugar ficou com Arzírio Cardoso, que exploru o ponto de vista de uma criança que descobre, observando um jogo em um campinho ao longe, que o som viaja mais lentamente do que a imagem – um conceito da física que parece mágica ao personagem.
Já o terceiro com Paulo Henrique Gomes, em terceiro lugar, escreve uma crônica bem-humorada inspirada em um caso real – o time Necropolitano, formado por coveiros no Rio de Janeiro. Em seu texto, a esquadra do Necro conta com uma ajudinha do além para ganhar uma partida contra o time dos coroinhas. As crônicas estão disponíveis neste link.