Há controvérsia sobre as origens do esporte mais popular do planeta. Evidências, por exemplo, apontam que bolas já eram chutadas muitos séculos atrás na China e em Florença. O futebol como conhecemos, no entanto, nasceu na Inglaterra vitoriana do fim do século XIX, tendo como marco oficial a criação da The Football Association, em 1863.

Inicialmente exclusivo da elite local, o esporte nasceu com jogos mais físicos e desorganizados do que racionais, com muitas disputas corpo a corpo, corridas e chutes para a frente. Gradualmente, passes, dribles e novas estratégias desenvolveram um lado menos caótico. Hoje, mais de 100 anos depois, pensar o jogo passou a ser parte indispensável na busca pelo sucesso.

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O futebol, assim, deixou de ser exclusivamente um assunto de campo. Chegou aos números e universidades, com protagonismo de plataformas de análise, que a cada dia têm maior capacidade de relatar tudo que ocorreu em 90 minutos mais acréscimos.

No entanto, para compreender o presente, conhecer o passado é essencial. Dessa forma, PLACAR inaugura o quadro Prancheta, que nesta edição conta sobre a história tática do futebol; confira.

O início: a pirâmide

Logo nos primórdios do futebol profissional, surgiu o sistema 2-3-5, conhecido como “pirâmide”. Com dois defensores, três meio-campistas e cinco atacantes, o desenho refletia a prioridade ofensiva da época: a posse era curta, os avanços eram feitos com passes longos ou corridas individuais, e a função dos zagueiros era quase exclusivamente de contenção.

Pirâmide: esquema em 2-3-5 remete ao futebol “inicial”

O 2-3-5 se espalhou pelo mundo, formando a espinha dorsal dos primeiros campeonatos nacionais e das seleções pioneiras. No Brasil, a pirâmide chegou com Charles Miller e ganhou traços próprios.