A rejeição das contas do Corinthians referentes ao ano de 2024 aprofundou a crise institucional que cerca o presidente Augusto Melo. Em sessão realizada pelo Conselho Deliberativo, a prestação de contas foi derrubada por ampla margem (130 votos contrários e apenas 73 favoráveis).

Horas antes da reunião, o Conselho de Orientação (Cori) recomendou a rejeição do balanço financeiro apresentado pelo Corinthians, apontando um passivo total de 829 milhões de reais a mais do que o divulgado oficialmente pelo clube.

As demonstrações financeiras foram entregues em 18 de abril. Segundo o documento, a dívida bruta do Corinthians chegou a 2,568 bilhões de reais, um valor recorde, mesmo com o maior faturamento de sua história, com receitas que somaram 1,1 bilhão de reais.

Entre os pontos apontados, estão os mais de 7 milhões de reais gastos por meio do cartão corporativo. a A destinação, de acordo com o Cori, não foi devidamente explicada.

Outro episódio que gerou ruído entre diretoria e órgãos de fiscalização interna ocorreu em março, quando a gestão de Augusto Melo solicitou ao Cori que pedisse formalmente a marcação de datas para apresentação dos contratos envolvendo o atacante Memphis Depay. Contudo, segundo apuração do jornalista Pedro Ramiro, a diretoria não respondeu ao e-mail enviado pelo conselho com esse pedido.

Relação com o impeachment

Segundo o estatuto corintiano, a desaprovação do balanço pode abrir caminho para um processo de impeachment, especialmente se for identificado indício de gestão temerária. Além do afastamento, o dirigente pode ser declarado inelegível por até uma década.

Rodrigo Coca/Agência Corinthians

Augusto Melo é pressionado por polêmicas – Rodrigo Coca/Agência Corinthians

A instabilidade, no entanto, não é um fato isolado. Augusto Melo já enfrenta um processo de destituição relacionado ao escândalo do patrocínio com a empresa VaideBet.