O diretor de seleções da CBF, Gustavo Feijó, classificou como “preconceituosas” as falas de Emerson Leão e Oswaldo de Oliveira durante o 2º Fórum Brasileiro dos Treinadores de Futebol, realizado na última terça-feira, 4, na sede da entidade. Os dois atacaram a presença de técnicos estrangeiros no futebol brasileiro mesmo com o italiano Carlo Ancelotti, atual comandante da seleção, no palco.
“As declarações feitas durante o Fórum Brasileiro de Treinadores, dirigidas ao técnico Carlo Ancelotti e aos profissionais estrangeiros que atuam no Brasil, foram, no mínimo, deselegantes, para não dizer de outra forma, e não refletem o verdadeiro sentimento do povo brasileiro”, iniciou Feijó, pelas redes sociais.
“Assim como queremos que nossos treinadores sejam tratados com respeito fora do país, também devemos acolher com consideração os profissionais que escolhem trabalhar aqui. Opiniões divergentes fazem parte do debate, mas falas preconceituosas e desnecessárias não contribuem para o processo de reconstrução e valorização do nosso futebol”, completou em outro momento.
Feijó ocupa o cargo desde a eleição de Samir Xaud para a presidência da entidade, sendo o responsável pela preparação da seleção para a Copa de 2026: “Vivemos um novo momento, com gerações se renovando, métodos se modernizando e profissionais brasileiros cada vez mais preparados. A criação da Federação Brasileira de Treinadores pode ser um passo importante nesse processo, desde que haja união, diálogo e respeito entre todos. O futebol brasileiro precisa seguir sendo símbolo de aprendizado, inclusão e excelência”.
As críticas
Equanto a entidade homenageava Ancelotti, Leão subiu no palco e disse: “Eu sempre disse que eu não gosto de treinadores estrangeiros no meu país. Antes eu falava que eu não suportava, não suportaria. Não mudo a minha opinião.”
E prosseguiu, em tom de mea-culpa: “Mas tenho que ser inteligente o suficiente pra dizer que isso tudo tem um culpado. Nós. Nós, treinadores, somos culpados da invasão de outros treinadores que não têm nada a ver com isso. Não estamos falando de nome, não estamos falando de nacionalidade. Estamos falando de erro nosso. Eu já parei, não sou mais treinador, não sou mais atleta. Mas continuo dando a minha colaboração quando solicitado.”
Homenageado no evento, Oswaldo de Oliveira, que não exerce o cargo de treinador desde 2019, endossou o discurso de Leão. “Eu também sou favorável à presença dos treinadores brasileiros, tanto nos clubes como na seleção. Mas eu confesso a vocês: não tem jeito, tem que ser um estrangeiro.”






